Inúmeros são os casos de obras inacabadas ou abandonadas no Brasil. As razões são variadas, desde problemas técnicos, abandono pelas empresas até dificuldades orçamentárias e financeiras.
Uma maneira simples e efetiva para se alcançar a conclusão de uma obra é a criteriosa implementação de um efetivo gerenciamento de projetos.
Que o momento econômico atual do país não é dos melhores, não é novidade para ninguém. Aliado à queda do poder de compra dos consumidores, fez com que o setor da construção civil não tivesse índices tão expressivos nos últimos anos.
Mesmo assim, os consumidores dos serviços da construção civil estão cada vez mais exigentes em relação à qualidade do produto entregue e ao prazo das obras. Este fato aumenta a concorrência das empresas, que estão em constante busca de formas de reduzir custos e melhorar a eficácia de suas entregas.
Diante desse contexto, é fundamental que as empresas e os profissionais tenham plena consciência da grande importância de se realizar um planejamento consistente e assertivo na etapa inicial das obras, pois assim a probabilidade do produto final ser de qualidade, com custo reduzido e de se ter um menor índice de falhas ao longo da execução das obras é muito maior. Quando não se tem um gerenciamento efetivo de todos os recursos envolvidos no projeto, os riscos de falhas ocorrerem são grandes.
O que acontece no cenário da construção civil?
Fazendo uma analogia com a medicina, há vários fatores patológicos que afetam diretamente os projetos da construção civil como, por exemplo: mão de obra desqualificada, grande desperdício de recursos materiais e financeiros, aumentando o custo final do projeto, escolha dos materiais utilizados, atraso nas tarefas realizadas na execução, estendendo o prazo de entrega das obras, a falta de um planejamento eficiente, dentre outros.
Alguns estudos publicados nos últimos anos indicam que entre 30% e 40% do desempenho dos projetos são perdidos por falhas de planejamento e execução. Os números apontam, ainda, que apenas 35% dos projetos iniciados obtêm sucesso, e que em torno de 15% são cancelados antes de seu término.
Importante destacar que quando projetos são paralisados ou abandonados não somente recursos financeiros são perdidos, mas há também perda e bloqueio de uma série de benefícios que poderiam ser gerados à sociedade, como geração de empregos diretos e indiretos e aumento da qualidade de vida.
E por que diversas obras não são concluídas?
Há diversos motivos que podem explicar a questão. Destacamos o que, para nós, são pontos fortes e muito comuns de se enxergar nas diversas construções, que são: erros na etapa de planejamento e falhas na etapa de monitoramento e controle da execução.
E como solucionar esse problema?
Gerenciamento de projetos é uma chave das chaves. Os erros e falhas na construção civil apontados acima podem ser minimizados e até mesmo eliminados com a efetiva aplicação do conhecimento em gestão de projetos.
Os profissionais de engenharia e áreas afins que possuem um know how de gestão de projetos saem na frente no mercado, realizam projetos com maior eficiência e, consequentemente, são mais requisitados.
A aplicação de todo o conhecimento, ferramenta e técnicas disseminados na cultural de gestão de projetos resulta em uma boa melhoria com resultados quase que imediatos.
1. Planejamento
O planejamento vai desde uma análise da viabilidade técnica, econômica e ambiental do empreendimento e correta definição do escopo, passando por escolha dos métodos construtivos, escolha dos fornecedores, dos materiais e outros insumos utilizados, dimensionamento de mão de obra e equipamentos, elaboração dos projetos de engenharia, desenho do layout do canteiro de obras, indo até a estimativa condizente e tangível dos prazos das atividades necessárias para entrega final do empreendimento.
Não adianta a apresentação de cronogramas reduzidos e ambiciosos quando esses são inexequíveis.
2.Monitoramento e Controle
O monitoramento e o controle da execução passam por acompanhar, analisar e controlar o progresso e o desenvolvimento da obra, o seu escopo, o seu cronograma físico, os recursos disponibilizados, a verba prevista, monitorar a qualidade, os riscos e identificar e controlar a implantação das mudanças que se apresentarem.
Conclusão
Quando essas duas etapas não são bem executadas, observa-se desde aumento na frequência de acidentes, passando por equipes sobrecarregadas e/ou improdutivas, falta de previsibilidade, indo até grandes perdas financeiras e falência de empresas.
Outras ações importantes para que se possa aumentar o número de obras concluídas dentro do escopo do projeto e com qualidade na entrega, principalmente, no contexto das obras públicas (realizadas com recursos públicos), é o aumento da fiscalização dos órgãos competentes, a fim de que atuem de forma consistente no acompanhamento da execução de obras de todos os portes, uma punibilidade para atrasos e aumento de gastos que não se mostram tecnicamente justificáveis, atendimento às Normas Brasileiras ligadas à indústria da Construção e que os profissionais tenham atenção para alguns tópicos como, por exemplo, uma análise criteriosa do ambiente ao qual a estrutura estará submetida
Em resumo, é necessário perder um tempo suficiente na etapa do planejamento do empreendimento. Um planejamento bem definido e um monitoramento e controle sendo executados à risca são, sem dúvidas, maneiras assertivas de se evitar a ocorrência de falhas e aumentar as garantias de entrega e sucesso das obras, aumentando o índice dos resultados do setor da construção.
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Sempre é bom obter novos conhecimentos, obrigado 😉
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A verdade é que depois sempre sobra pro peão. Embora o Pedreiro e ajudante, armador etc precisem ser fiscalizados, grande parte das falhas está desde que saiu do papel.
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