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A importância do Last Planner System (LPS) no controle da produção: um diferencial estratégico para projetos industriais complexos

A importância do Last Planner System (LPS) no controle da produção: um diferencial estratégico para projetos industriais complexos

No ambiente industrial atual, marcado por margens apertadas, prazos críticos e uma complexidade operacional crescente, a gestão da produção no nível do campo tornou-se uma questão de competitividade. Empresas dos setores de siderurgia, mineração, óleo e gás, energia, papel e celulose, química e infraestrutura pesada já perceberam que não basta planejar bem no papel — é preciso garantir que o que foi planejado aconteça, no prazo e com qualidade. É nesse cenário que o Last Planner System (LPS) se consolida como uma das metodologias mais eficazes de controle tático da produção em projetos industriais.

Mais do que uma ferramenta de curto prazo, o LPS representa uma mudança profunda na maneira como o planejamento é estruturado, comunicado e executado. 

O que o LPS resolve que o cronograma não resolve? 

É comum encontrar cronogramas perfeitamente modelados, com CPM bem definido e todas as atividades logicamente conectadas. Mas também é comum, na prática, ver o campo executando em outra cadência, com frentes paradas, equipes desalinhadas e decisões sendo tomadas de forma reativa. O motivo? A distância entre o planejamento centralizado e a realidade da execução. 

O Last Planner System atua diretamente nessa lacuna, estruturando o planejamento com base na capacidade real de execução, na gestão sistemática de restrições e no compromisso direto das lideranças de frente. 

Como o LPS opera em campo 

Ao contrário de abordagens pontuais, o LPS é um sistema completo de controle da produção, fundamentado em cinco níveis operacionais, que vão do planejamento estratégico à retroalimentação contínua. É uma engrenagem que conecta engenharia, suprimentos, segurança e execução em ciclos semanais e diários altamente coordenados. 

1. Planejamento por fase (Phase Planning) 

Organiza o projeto em fases construtivas colaborativamente planejadas pelas disciplinas envolvidas. Aqui se aplica o Pull Planning, partindo de marcos definidos para trás, conectando tarefas entre frentes e identificando precedências reais. 

2. Lookahead Planning (3 a 6 semanas) 

Essa janela é usada para analisar tecnicamente a viabilidade das atividades futuras, com foco na remoção de restrições: liberações de projeto, materiais, logística de equipamentos e frentes de trabalho. Essa etapa evita improvisos no curto prazo e estabiliza o fluxo de produção. 

3. Planejamento Semanal (Weekly Work Plan) 

Aqui são definidos os compromissos da semana seguinte, acordados com as lideranças de execução. Nenhuma tarefa entra no plano se não estiver 100% liberada. O resultado é um planejamento executável, confiável, com foco na entrega. 

4. Controle da execução (PPC, análises e ajustes) 

O Percent Plan Complete (PPC) mede a taxa de cumprimento dos planos semanais. As causas de não conformidade são analisadas e tratadas. Isso permite ajustes em tempo real e evita que desvios pequenos se transformem em problemas maiores. 

5. Aprendizado organizacional 

O sistema retroalimenta o planejamento com dados reais, permitindo que a empresa aprenda com seus erros, padronize boas práticas e aumente sua maturidade operacional ao longo do projeto. 

Ganhos reais em setores industriais de alta complexidade 

Em projetos industriais de grande porte, como os que a SigmaGP implementa, o LPS tem mostrado benefícios significativos em termos de visibilidade, controle de tempo, redução de retrabalho e coordenação entre equipes multidisciplinares. A metodologia tem sido particularmente eficaz em: 

  • Paradas e montagens em plantas siderúrgicas 
  • Implantação de sistemas de britagem e beneficiamento mineral 
  • Linhas de produção em plantas de papel e celulose 
  • Instalações eletromecânicas em plantas químicas e petroquímicas 
  • Projetos de geração e distribuição de energia 
  • Unidades de refino e midstream de óleo e gás 

Em todos esses contextos, o LPS proporciona um alinhamento contínuo entre as equipes e uma execução mais eficiente, garantindo que o projeto não só cumpra os prazos, mas também respeite os parâmetros de qualidade e segurança. 

LPS e AWP: Quando a combinação pode ser um erro? 

Embora tanto o Last Planner System (LPS) quanto o Advanced Work Packaging (AWP) sejam ferramentas poderosas de planejamento e controle, não são necessariamente complementares. Tentar combiná-los sem uma compreensão clara das diferenças entre ambos pode gerar redundâncias e desperdício de esforço. O segredo está em entender qual abordagem utilizar em cada fase do projeto e como aplicar essas ferramentas de maneira estratégica. 

Ambas as metodologias têm focos diferentes e abordagens próprias para gerenciamento de restrições, planejamento de recursos e controle da execução. LPS é especialmente eficaz em ambientes onde há incertezas no curto prazo, como em grandes obras de construção ou paradas de plantas industriais. Já o AWP é ideal para fases de engenharia conceitual e básica, onde a organização antecipada dos pacotes de trabalho é fundamental para garantir a execução eficiente. 

Quando aplicar cada abordagem: 

Se sua empresa está na fase de engenharia conceitual e básica e consegue definir prazos claros para a entrega da engenharia básica e materiais, o AWP pode ser a abordagem ideal. Ele estrutura todo o trabalho de forma antecipada, organizando os pacotes de trabalho (CWPs, EWPs, IWPs) para garantir que não haja interrupções e que a execução seja coordenada desde o início. 

Já se sua empresa está em um estágio mais avançado da construção, com múltiplas frentes de trabalho e mudanças no campo ocorrendo com frequência, o LPS será fundamental para um planejamento mais dinâmico e eficiente, com acompanhamento contínuo das atividades e controle de execução em tempo real. 

Em resumo, a combinação de LPS e AWP deve ser cuidadosamente planejada, com a aplicação de cada ferramenta no momento certo para evitar esforços duplicados e garantir que o projeto atinja o melhor desempenho possível. 

Diferenças técnicas entre LPS e AWP 

A seguir, uma tabela comparativa entre o Last Planner System (LPS) e o Advanced Work Packaging (AWP), destacando suas diferenças nas abordagens de planejamento e execução: 

Aspecto Last Planner System (LPS) Advanced Work Packaging (AWP) 
Foco principal Gestão de execução tática e adaptação contínua Estruturação antecipada e organização de pacotes de trabalho 
Abordagem de planejamento Planejamento colaborativo, ajustado semanalmente (Pull Planning) Planejamento antecipado de pacotes de trabalho (CWPs, EWPs) 
Gestão de restrições Gestão contínua e reativa de restrições no curto prazo Identificação e mitigação de restrições com meses de antecedência 
Frequência de ajustes Ajustes diários e semanais com base em execução real Planejamento antecipado com pouca alteração durante a execução 
Responsabilidade Compromisso ativo das equipes de campo, com reuniões diárias e semanais Planejamento definido por pacotes, com pouca revisão tática durante a execução 
Visibilidade de atividades Alta visibilidade a curto prazo, ajustando conforme a execução Visibilidade de longo prazo, focando na antecipação de recursos 
Coordenação de equipes Alinhamento diário entre equipes de campo, engenharia e suprimentos Coordenação feita antecipadamente, focando na execução eficiente dos pacotes 
Reuniões de planejamento Reuniões diárias e semanais de alinhamento Revisão de pacotes de trabalho, com reuniões regulares no início do projeto 
Aprendizado organizacional Análise de desempenho e melhoria contínua (PPC) Avaliação do desempenho das fases de planejamento (CWPs, IWPs) 

Conclusão 

Projetos industriais são empreendimentos de alto risco técnico e financeiro. Implementar o LPS de forma estruturada é mais do que melhorar o planejamento, é criar uma estrutura operacional confiável, baseada em fatos e dados, alinhada com o campo, que entrega resultados concretos. 

Na Sigma Gerenciamento de Projetos, reconhecemos que tanto o Last Planner System (LPS) quanto o Advanced Work Packaging (AWP) desempenham papéis estratégicos essenciais em diferentes fases do projeto. Quando aplicadas de forma adequada e sincronizada com as necessidades específicas de cada etapa, essas metodologias permitem otimizar o tempo, recursos e processos, gerando ganhos significativos de produtividade e garantindo a entrega de resultados de alto desempenho. 

Se você atua em projetos de mineração, óleo e gás, energia, papel e celulose, siderurgia ou infraestrutura pesada, fale conosco. Podemos ajudar sua operação a ser mais eficiente, previsível e lucrativa, aplicando as melhores práticas de planejamento, execução e controle. 

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